quinta-feira, 15 de março de 2012

MLP. O primeiro passo

O primeiro passo no sentido da construção do MLP foi dado seis meses após a criação da Resistência Urbana, em 29 de agosto de 2009, na sede do SINTPREVS: uma plenária de representantes de coletivos e organizações populares que debateu e aprovou uma proposta de articulação especifica do movimento popular - comunitário e a primeira versão do manifesto e carta de princípios que a mesma adotaria. Participaram da plenária, além de militantes do movimento popular e comunitário em bairros da capital e de Ananindeua, remanescentes da Comissão de Bairros de Belém (CBB) e do Movimento de Ocupações de Ananindeua, os principais dirigentes do Centro Popular pelo Direito à Cidade (CPDC), organização que articula associações e ocupações urbanas em Marituba e Benevides, e da Federação das Entidades Comunitárias de Castanhal e Região (FEMECA), que passaria a incluir em suas bases novas ocupações urbanas. Não estavam representadas na plenária, por razões justificadas, mas davam como certa sua participação no futuro movimento, várias associações de ocupações urbanas e comunidades tradicionais ameaçadas atingidas pelo projeto da Albrás/ Alunorte; e a Associação dos Assentados de Portel.

A necessidade de criar uma unidade orgânica especifica do movimento popular - comunitário foi sinalizada bem antes da criação da Resistência Urbana. Nas primeiras reuniões para criar a frente no Pará, com a presença de Guilherme Boulos, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), em outubro de 2008, e no seminário que reuniu os primeiros movimentos locais interessados, com a presença de Ana Vaneska, da coordenação do Movimento dos Sem Teto da Bahia (MSTB), era evidente a desigualdade entre representações de movimentos que respondiam por várias bases locais, como o MTST, e representações de várias organizações de moradores isoladas, sem nenhuma relação entre si, refletindo a fragmentação do movimento popular comunitário. Unificar as últimas sob uma única bandeira era uma necessidade premente. O Círculo Palmarino, com seus núcleos de base em Bleém, Ananindeua e Castanhal também teve participação importante nesse processo.

No trecho final do documento discutido naquela plenária constava que a condição fundamental para compor o novo instrumento seria observar os princípios anteriormente afirmados, e um alerta para as dificuldades que seriam enfrentadas em sua construção: “Não somos muitos neste momento em que iniciamos a reorganização e unificação do movimento comunitário combativo no Pará. Estamos conscientes de que este é o primeiro passo de uma longa caminhada até que o movimento comunitário passe a cumprir papel decisivo na luta pela transformação da realidade; de que precisamos atrair muitas novas organizações e militantes para tornar esta articulação um poderoso instrumento da luta popular. Mas, cumprindo nosso dever de iniciar esta caminhada tão necessária, desde já convidamos todos os militantes que valorizem os princípios aqui defendidos a cerrarem fileiras na construção deste novo instrumento do movimento popular e comunitário, combativo e transformador.” Uma avaliação comum aos presentes.

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