domingo, 25 de março de 2012

ANISTIA PARA JOÃO DANTAS


A partir dessa postagem, o MLP INFORMES publicará depoimentos de alguns dos militantes que participaram ativamente da concepção e implantação do MLP. O primeiro depoimento é do companheiro João Dantas, que à época era dirigente licenciado do Movimento dos Sem Teto da Bahia (MSTB) e assessor político do SINTEPP. João Dantas voltou a residir em Salvador/Bahia e hoje é um dos símbolos da luta pela anistia para vários dirigentes sindicais e trabalhadores da Companhia Petroquímica de Camaçari que nos primeiros anos da década de 1980 foram perseguidos e demitidos sumariamente pela companhia, por exigência ditadura militar. Em todo o país, militantes de movimentos sociais e personalidades de diferentes filiações partidárias, que conhecem sua trajetória politica, defendem junto à Comissão Nacional de Anistia seu direito a uma reparação econômica. Em 1984, mesmo sendo diretor do SINDIQUÍMICA, João Dantas foi obrigado a trabalhar numa unidade de captação de agua a 13 km de distancia da convivência dos demais trabalhadores, fato que motivou uma campanha dos colegas pelo seu retorno á área de trabalho original. Em 1985, foi uma das principais lideranças da primeira greve ocorrida em um polo petroquímico, expondo-se ainda mais a fúria reacionária da empresa. Sua condição de militante- fundador do MLP é uma razão a mais, e bastante especial, para nosso movimento manifestar seu apoio à luta para anistia-lo.
Ao MLP Informes fez o seguinte comentário a respeito do processo de criação e do atual estágio de organização deste movimento: “O instrumento que desejávamos criar teria mesmo que surgir como uma articulação, uma frente especifica de entidades e coletivos ligados ao que restara do movimento comunitário combativo, em Belém e outras cidade do Pará; uma frente dentro da frente nacional de movimentos que passamos a denominar de Resistência Urbana, embora circunscrita ao Pará, até encontrar condições para transformar-se em movimento ou organização bem distinta dos demais integrantes da frente nacional no estado. Não por acaso pensou-se em denominar este novo instrumento de Frente de Luta Popular. (...) A crise experimentada pelo movimento popular e comunitário culminou com a extinção de instrumentos que cumpriam a função de unificar dezenas de organizações de base, como a Comissão de Bairros de Belém (CBB) e o Movimento de Ocupações de Ananindeua (MOA). Sem esses instrumentos gerais, as associações comunitárias combativas, criadas em bairros pobres e novas ocupações urbanas, ou se extinguiram ou foram obrigadas a sobreviver como entidades isoladas. O MLP nasce da percepção e necessidade de superar essa dispersão; ou melhor, de uma aposta na reunificação de suas lutas, mas sob novo modelo de organização, voltado principalmente à luta direta. As experiências de ocupações urbanas com as de Barcarena e Portel, que se integraram reforçam essa perspectiva animadora ” Neste momento, João Dantas está em Belém para debater a necessidade de fortalecer os laços de unidade do MLP com o movimento sindical, em especial com o SINTEPP.

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