segunda-feira, 2 de abril de 2012

MLP na resistência negra e popular

Participaram ativamente da criação do MLP, os principais militantes do Círculo Palmarino no Pará. Rui Santos, que milita em ambos explica as diferenças e o elo de unidade entre estes instrumentos: “A participação do Círculo Palmarino na concepção e implantação do MLP, embora bastante decisiva, ocorreu em condição bastante diferente daquela em que estavam as demais organizações (...) é uma entidade nacional, portanto politica e territorialmente superior ao MLP; e é uma entidade do movimento negro que busca ser transversal a todos os tipos de movimento social, enquanto o MLP é instrumento exclusivo do movimento popular em nosso estado. (...) Além de nós, do Movimento Popular Urbano, dirigentes sindicais e da juventude do Pará se reivindicam do Círculo Palmarino; é basicamente o mesmo tipo de relação. Isso ocorre pelo reconhecimento de sua própria negritude e da importância estratégica do Movimento Negro. No caso do MLP, isso é ainda mais previsível; afinal, a maioria do povo que habita as baixadas de Belém e de todas as grandes cidades brasileiras é negra – tem sentido histórico a expressão “da senzala à favela” referente a discriminação e segregação dos negros no Brasil e no Pará.(...) Mas de certa forma, o Círculo Palmarino também é instrumento de luta do movimento popular, a exemplo do Quilombo Urbano, do Maranhão, que é uma organização do mais autêntico movimento hip- hop, ao mesmo tempo negro e popular territorial; ou seja, organiza o povo negro a partir dos locais de moradia. Por sua vez, como o Quilombo Urbano e o e Círculo Palmarino –Pará, que também constróem a Resistência urbana, o MLP tem profunda identificação com a luta contra o racismo, que é a base da luta contra a criminalização da pobreza, um dos eixos estratégicos da Resistência Urbana. (...) Aliás, é importante registrar que no encontro nacional dessa frente de movimentos urbanos ficou definido que o MLP comporia junto com o Quilombo Urbano sua Comissão de Formação”. Em seu comentário ao MLP Informes, Rui Santos defendeu maior investimento do MLP em atividades ligadas à cultura negra e de outras etnias como forma de resistência popular.

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